Como permanecer motivados para dançar?

Se está a ler isto é porque a dança faz parte dos seus interesses e paixões. A dança traz inúmeros benefícios para a nossa saúde e para a nossa vida, no entanto, o caminho percorrido por vezes pode ser desmotivador. Acontece-nos chegar a impasses na nossa aprendizagem, em que sentimos que não estamos a evoluir e pensamos em desistir, porque achamos nós já atingimos o nosso limite. Todo bailarino sabe que este é um percurso que exige dedicação, disciplina, resiliência, compromisso e, acima de tudo, auto-compaixão.

Quem dança é mais felizÉ nos momentos de dificuldade em que percebemos as nossas verdadeiras motivações, valores e o nosso carácter. O atual contexto afetou as nossas vidas e rotinas e alguns sectores, como a cultura e as artes, ficaram suspensos no tempo há quase um ano. Centenas de profissionais e aficionados das mais variadas modalidades de dança têm sido obrigados a deixar aulas, ensaios, espetáculos. Tentamos habituar-nos a manter novas rotinas, dentro dos limites que nos são impostos e, na maior parte das vezes, dentro das nossas casas.

Winston Churchill, o célebre Primeiro Ministro inglês nos tempos da Segunda Guerra Mundial, disse um dia que, quando estivermos a atravessar o Inferno não paremos e continuemos a andar. De certa forma, na dança somos sempre obrigados a continuar a prática e o movimento, apesar da dor, da frustração, ou da desmotivação.

“Tudo passa e tudo fica, porém o nosso é passar”.

Antonio Machado

Dança e emoções positivasPara muitos de nós é difícil encontrar a inspiração, a motivação e lutamos contra um sentimento generalizado de desanimo neste momento. Vale a pena lembrar nestas alturas aquela frase do poeta espanhol Antonio Machado: Tudo passa e tudo fica, porém o nosso é passar.

A dança ensina-nos a importância do movimento contínuo, de não parar, de continuar a andar como melhor forma de manter o nosso equilíbrio. Nestes tempos que correm relembremos isso e aferremo-nos a essa ideia: continuemos a mover-nos e a dançar, mesmo quando não apetece.

Deixamos aqui alguns conselhos para vos ajudar a transitar neste período com o entusiasmo intacto, pelo menos na maior parte dos dias.

1. Crie o seu espaço para a dança

Crie o seu espaço para dançar em casaPode ser frustrante dançar em casa, ou seguir uma aula online, por causa de não termos o espaço mais adequado. Convenhamos, dificilmente podemos recriar nos nossos lares as condições de um estúdio de dança. No entanto, escolher uma divisão para realizar aulas online, treinos e ensaios, e adicionar alguns elementos como um espelho, uma barra portátil, ou quadros com frases inspiradoras ajuda a aumentar a nossa motivação e capacidade de foco. É o equivalente a manter a nossa secretária arrumada para aumentar a nossa produtividade.

2. Faça listas

Faça listas de objectivos na dançaTal como organizamos o nosso trabalho, aconselhamos a criar uma lista com os seus objetivos de aprendizagem e evolução para o mês e para cada semana. Escreva também que atividades irá desenvolver, e em que dias e horários, para atingir os seus objetivos. Acredite na importância de manter hábitos e rutinas que nos proporcionem uma sensação de normalidade e de auto-eficácia.

Escolha um dia da semana para fazer uma aula online, ou para praticar o que aprendeu na última aula. Decida se quer melhorar a sua movimentação, treinar flexibilidade ou interpretação musical, fazer uma aula online de Salsa ou de Yoga, e dedique um espaço diário ou semanal para isto, conforme a sua realidade.

3. Encontre um amigo para treinar

Encontre um amigo para dançarÉ sempre mais fácil mantermos os nossos objetivos se encontramos alguém que nos acompanhe durante o percurso, com quem partilhar um propósito comum. É como arranjar um amigo para ir ao ginásio ou para desenvolver um projecto novo. Se se sente desmotivado para fazer uma aula online, porque não é bem a mesma coisa que estar no estúdio com o professor e colegas, fale com um amigo, ou antigo colega, e combinem realizar algumas aulas virtuais em conjunto.

Ter alguém em quem confiamos e admiramos a fazer algo connosco mantem-nos motivados a continuar com a atividade e, por outro lado, ajuda-nos também a fortalecer os laços de amizade que temos com essa pessoa.

4. Foque-se nas pequenas coisas

Quando nos sentimos desorientados, o mais fácil é concentrarmo-nos em pequenas coisas que podemos mudar com alguma facilidade, e não em grandes projetos que podem ser desencorajadores.

Talvez este seja um bom momento para treinar a sua técnica de braços, se for dançarina de Salsa, ou de pernas ou, ainda, pode aproveitar para fazer aquelas aulas de treino de condicionamento para voltar mais forte e com melhor condição física. Aproveite para voltar ao básico. Os bons professores insistem neste ponto e os bons alunos nunca se esquecem da importância de aperfeiçoar constantemente a nossa base de conhecimentos.

O mais importante: aconteça o que acontecer e, por muito cinzento que lhe pareça o dia e o futuro próximo, aferre-se a aquilo que o faz feliz e às coisas que são importantes para si. Não se isole e tente manter a calma, respirar, e acreditar que tudo, eventualmente, volta ao lugar a que pertence.

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