história da dança

Como desejar boa sorte antes de uma actuação?

Os artistas são muitas vezes vistos como seres supersticiosos e temperamentais; mas a verdade é que, antes de subir ao palco, todos temos um conjunto de rituais que colocamos em prática. É normal ver músicos, atores e bailarinos nos camarinos, ou detrás do cenário, a aquecer, fazer exercícios de respiração e concentração e afins. Existe também algo que nunca, nuca se deve dizer, e isto é desejar boa sorte a um artista antes da sua atuação. Segundo a tradição, estaremos precisamente a desejar o contrário!
Break a leg ou…?
historia da dançaMas, o que dizer ao nosso professor, amigo ou filhote a quem queremos dar força antes de uma exibição? No teatro todos conhecemos a expressão break a leg; mas esta não é precisamente muito conveniente quando se trata de bailarinos. Assim, no mundo da dança, utiliza-se a expressão merde ou, em português, muita merda. Ao qual não se responde agradecendo mas antes com um simples sim.
Mas qual a origem desta prática?
A sua história remonta ao século XIX, na Ópera de Paris, onde os ricos costumavam ir em coches puxados por cavalos. Era assim inevitável que, nas ocasiões em que a obra era um sucesso, a rua apresentasse, no fim da velada, grandes quantidades dos excrementos destes animais. Por este motivo, desejar merda significava augurar uma elevada afluência e um teatro cheio. Com o passar do tempo esta expressão tornou-se popular noutros países, sendo ainda hoje utilizada na França, na Bélgica, nos Estados Unidos e também em Portugal.
Uma expressão alternativa é a utilizada pelos italianos para desejar boa sorte, sendo originária da ópera e do teatro. Estes dizem, ainda hoje e para qualquer contexto, In boca al lupo. A tradução é algo como na boca do lobo sendo que, a outra pessoa deverá responder Crepi al lupo ou, morte ao lobo.
Se é bailarino fica assim a saber a explicação por detrás da frase que todos nos repetimos desde sempre. É também uma história curiosa para contar a amigos e familiares e suscitar admiração pela nossa bagagem cultural.

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